“I believe every human has a finite number of heartbeats. I don’t intend to waste any of mine” N. Amstrong

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Ler...mas pouco

Quando aprendi a ler tornei-me rapidamente uma leitora compulsiva e aos 8 anos obrigaram-me a cumprir regras de leitura. Se fosse nos dias de hoje, provavelmente até teria feito terapia, mas ainda sou do tempo em que as regras dos pais eram as regras dos pais, e assim…era expressamente proibido ler mais do que dois livros por semana, não mais do que 3h por dia, nunca depois das 6 da tarde, só um bocadinho aos fins de semana e depois de brincar ou de ver televisão….Pois, era estranho… Mas não, os meus pais não eram loucos, nem ignorantes,  nem achavam que comprar livros fosse dinheiro mal empregue ou que coitadinha podia estragar os olhinhos. O problema era outro…simplesmente eu, com oito anos, não conseguia dormir! E como ainda não tinha razão para sofrer de stress, não tinha preocupações de maior, ainda as hormonas andavam calminhas, era boa aluna, sociável e popular na escola…a culpa só podia ser  dos livros. E era mesmo. Tantas histórias estimulavam o meu pequenito cérebro deixando-o fervilhante e sedento de mistérios e aventuras,  e impediam-me de “desligar” na  hora de dormir. Enid Blyton era então a principal culpada.  
Acho que sofri um pouco, no desmame literário…Mas com a idade lá fui aprendendo que há tempo para tudo e ler tornou-se apenas mais um prazer no meio de outros, sem pressas…
Só que de vez em quando, lá vem um livro que estraga tudo. Pior, quando não é só um livro, mas uma saga inteira, como é o caso da série de fantasia épica  As Crónicas de gelo e fogo” de George R. Martim.  Enquanto entrego a alma aos intensos personagens desta série é bom que me vá lembrando das regras que os meus pais me impuseram aos 8 anos. Tenho muito trabalho pela frente e a cabeça só quer fugir para os sete reinos...

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