Sempre que escrevo o “state of the art” para um projecto ou um artigo, o primeiro autor que cito é inevitavelmente Ralph Steinman, o “pai” das Células Dendríticas, recentemente galardoado com o Nobel da Medicina 2011 (juntamente com outros dois cientistas).
Foi com um misto de pena e orgulho que recebi ontem a notícia deste prémio.
Pena, porque a notícia do prémio veio acompanhada da notícia da morte de Steinman, vítima de cancro, precisamente dois dias antes. Ironicamente, Steinman dedicou a sua vida a estudar umas células específicas do sistema imunitário com um enorme potencial para serem usadas como vacinas anti-cancro, chegando mesmo a tratar-se durante uns tempos com base nas terapias que ele próprio desenvolveu, mas não viveu o suficiente para poder usufruir em pleno do potencial dessas terapias…Há ainda muito a perceber e a melhorar...
E aí entra o orgulho. Numa altura em que vivo uma grande crise existencial, pondo em causa a minha dedicação à ciência e todas as opções profissionais que tomei, eis que vejo a base do trabalho a que me dedico nos dias de hoje a receber o prémio Nobel!
E frases como esta,
“… this work will certainly contribute to improve the efficacy of Dendritic cells-based therapies, to treat cancer or infections…”
que escrevo quase automaticamente a ver se convenço alguém a financiar-me um projecto, passam a ter um significado muito mais real.
Se calhar o meu pequeno contributo tem mesmo alguma importância!
E para homenagear Ralph Steinman aqui fica uma foto das "nossas meninas”.
Imagem de microscopia confocal, Células Dendríticas
Foi com um misto de pena e orgulho que recebi ontem a notícia deste prémio.
Pena, porque a notícia do prémio veio acompanhada da notícia da morte de Steinman, vítima de cancro, precisamente dois dias antes. Ironicamente, Steinman dedicou a sua vida a estudar umas células específicas do sistema imunitário com um enorme potencial para serem usadas como vacinas anti-cancro, chegando mesmo a tratar-se durante uns tempos com base nas terapias que ele próprio desenvolveu, mas não viveu o suficiente para poder usufruir em pleno do potencial dessas terapias…Há ainda muito a perceber e a melhorar...
E aí entra o orgulho. Numa altura em que vivo uma grande crise existencial, pondo em causa a minha dedicação à ciência e todas as opções profissionais que tomei, eis que vejo a base do trabalho a que me dedico nos dias de hoje a receber o prémio Nobel!
E frases como esta,
“… this work will certainly contribute to improve the efficacy of Dendritic cells-based therapies, to treat cancer or infections…”
que escrevo quase automaticamente a ver se convenço alguém a financiar-me um projecto, passam a ter um significado muito mais real.
Se calhar o meu pequeno contributo tem mesmo alguma importância!
E para homenagear Ralph Steinman aqui fica uma foto das "nossas meninas”.
Imagem de microscopia confocal, Células Dendríticas
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